O que significa ter "vocação" sacerdotal, religiosa, consagrada dentro da Igreja Católica? Vocação é um chamado que Deus faz ao coração dos seus escolhidos, com a finalidade de que eles, como os apóstolos, sejam generosos e escolham seguir o Mestre com toda a sua alma, com constância e humildade.
Mas, o que e "vocação" dentro de muitos movimentos contemporâneos da Igreja Católica, como o Opus Dei, Legionários de Cristo, Araltos do Evangelho, Comunidade Canção Nova, etc, etc, etc, etc...? Resposta: é uma seleção do tipo de personalidade que a cada grupo lhe convém ter, segundo os seus interesses. A pessoa que tem o "dom" de dizer se você tem ou não a vocação é o superior. Tal superior é o iluminado do alto para escolher a dedo o vocacionado, caso seja digno de estar e entrar na comunidade em questão.
Isso realmente é vocação? E a liberdade interior, e a capacidade de dar à si mesmo com generosidade por amor a Deus?
Por um lado, é perfeitamente que seja necessário haver critérios de seleção de candidatos à vida consagrada, a fim de purificar e provar as intenções daqueles que batem à porta da vida consagrada na Igreja Católica; principalmente em um ocidente cada vez com mais crises econômicas, isso é importante para evitar sangue-sugas espirituais...
Mas, por outro lado, seria muito bom dar ao candidato dados mais objetivos sobre a sua seleção e não só o tradicional: "o superior não foi com a sua cara, então, você não tem vocação".
A liberdade é o aspecto mais importante de qualquer vocação porque Cristo mesmo disse: "Eis que venho, Senhor, fazer COM PRAZER, a vossa Vontade".
Neocatecúmenos
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
terça-feira, 27 de maio de 2014
Os mecanismos de condicionamento psicológico dentro das comunidades neocatecumenais
A organização chamada de "Caminho
Neocatecumenal" suscita há muitos anos, dentro da mesma Igreja Católica,
muitas dúvidas, perplexidades e, no entanto, opiniões divergentes: alguns,
sejam leigos ou clérigos, vêem-la como uma bênção do Espírito, outros, com
igual autoridade, consideram-na um perigo na doutrina e na metodologia, e a
comparam a uma seita, chegando a chamá-la de "uma igreja dentro da Igreja".
Os Neocatecumenais se defendem de tais acusações
afirmando que a sua intenção é de retornar a um modo de ser da Igreja, como o
que caracterizou as primeiras comunidades cristãs e, sentindo-se perseguidos,
argumentam que isso acontece porque quem segue este caminho será capaz de fazer
escolhas muito radicais e, portanto, estará sujeito a perseguições como todos
aqueles que seguem com seriedade a Jesus na sua vida diária.
Porque estive dentro de uma comunidade
neocatecumenal durante anos, me atrevo a escrever estas reflexões com o desejo
de oferecer uma pequena contribuição para a compreensão da personalidade
psicológica que se determina naqueles que aderem o “Caminho”; O que me motivou
a isso foi também a leitura do livro do psiquiatra americano Jerry Bergman intitulado
"Testemunhas de Jeová e a Saúde Mental" (1996), tendo encontrado
fortes semelhanças entre o "Caminho Neocatecumenal" e as
"Testemunhas de Jeová".
Julgo oportuno, antes de expor meus pensamentos,
esclarecer o significado do termo "seita": para alguns, parece vir do
latim " secta", particípio passado do verbo "sequor ", que
significa seguir; a seita, porém, seria um grupo que segue uma pessoa em
particular e as doutrinas que ela ensina.
Outros argumentam que provém do latim “sectus”, que
quer dizer “cortado”: a seita seria, portanto, um grupo que se separou de uma
agregação maior.
Seja qual for a etimologia correta, hoje o termo
seita assumiu um significado muito negativo, especialmente de fechamento mental
e participativo com o exterior, com aqueles que não pertencem a ela e não
compartilham as ações e ideias.
O espaço limitado à minha disposição me impede de
tratar em profundidade, pelo menos por enquanto, a tipologia do sectário e,
portanto, também de envidenciar se o neocatecúmeno entra nesta figura, mas
espero que a minha exposição possa oferecer alguns pontos válidos de reflexão.
O problema do condicionamento psicológico dentro
das seitas é objeto de debate entre os estudiosos; de acordo com Frank (1974 ),
os processos mentais que levam uma pessoa a entrar em uma seita são semelhantes
aos utilizados na psicoterapia, onde se determina uma relação reconfortante
entre psicoterapeuta e paciente: na organização sectária, o adepto se sente
melhor e aborda questões da vida com mais serenidade e segurança, juntamente
com os outros (irmãos da comunidade, catequistas), que muitas vezes se tornam a
projeção inconsciente das tranquilizadoras figuras paternas e maternas.
As organizações sectárias são, desde sempre,
acusadas de praticar aquilo que normalmente chamamos de “lavagem
cerebral", mas atualmente prefere-se usar o termo “reforma do pensamento”,
criado por Lifton (1961).
A pessoa que se torna parte de uma organização
sectária muda o seu próprio comportamento; isso acontece de forma tão sutil que
o sujeito quase nem percebe, ao contrário das pessoas que lhe são próximas que
notam as mudanças, até radicais, do que é chamado “conversão” (mas se trata de
verdadeira conversão?)
Agora, para aqueles não conhecem o “Caminho
Neocatecumenal” é necessário fazer um breve resumo do que acontece, com a
pessoa que o segue, ao longo de muitos
anos (20 e até mais, de acordo com o “espírito de conversão” do indivíduo): no
final do Caminho, quem o tiver percorrido, poderá afirmar ter compreendido o
que é o batismo, ou, melhor ainda, o terá redescoberto.
Muitas vezes, aquele que entra no Caminho um parente ou amigo de alguém que entrou
precedentemente, e fala dele com entusiasmo tendente ao pedantismo,
impulsionado por uma necessidade "missionária" de ter outros irmãos
que compartilhem com ele as “maravilhas” do Caminho.
Quem decide fazer contato com o movimento deve
participar de quinze catequese , que geralmente ocorrem na paróquia duas vezes
por semana e, ao final do qual será obrigado a participar de uma " coabitação
", realizada de sexta-feira à noite a domingo à tarde , quando formarão a
comunidade .
A convivência é um crescendo de emoções e novidades
que, especialmente para quem está distante da fé, aciona um mecanismo de
envolvimento muito forte e enérgico, que traz à tona a necessidade do Sagrado e
do sentido da vida que estão presentes em todos os homens e que, infelizmente,
enriquecem as organizações sectárias.
A convivência começa com um rito muito sugestivo
chamado “lucernário”: se permanece no escuro por alguns minutos, depois entra o
presbítero com o círio pascal aceso que dilacera estas trevas angustiantes; no
sábado, depois de uma longa catequese sobre como os hebreus preparavam a páscoa
e como tal preparação tenha, depois, introduzido a páscoa cristã, tem-se a
celebração eucarística segundo as modalidades neocatecumenais da celebração do
sábado à tarde: um altar decorado com flores, no meio da igreja, com nossos
irmãos e irmãs da nova comunidade e os catequistas (estes últimos, obviamente,
somente durante as convivências).
Durante a oração dos fiéis, qualquer um pode rezar
livremente, em voz alta, de acordo com suas intenções, e mesmo antes da homilia
do sacerdote qualquer um pode "fazer os irmãos participantes do que o
Senhor lhes comunicou naquelas leituras, e como através do Caminho a sua vida
mudou”; estas confidências são um elemento muito importante do caminho, porque
através delas se dá uma interpretação existencial da própria vida à luz do que
se lê nas escrituras e prepara o neocatecumeno a abrir o seu coração aos fieis
de comunidade sobre aqueles que são os elementos, os fatos, os episódios mais
escondidos e vergonhosos da sua vida.
Esta aparente libertação se torna, porém, uma
tremenda faca de dois gumes, porque se por um lado o “irmão” se sente “livre” e
aceito porque, como repetem continuamente os catequistas, “Deus te ama assim
como você é”, por outro lado saber que leigos como você conhecem a sua vida em
cada detalhe escondido, cria um laço de ambígua dependência porque o leigo, não
sendo obrigado ao sigilo de um confessionário como um padre, leva, como se pode
facilmente imaginar, a fofocas certamente não edificantes.
A celebração Neocatecumenal termina com uma dança
final, comparada àquela que Davi fez ao redor da Arca de Deus.
A vida da comunidade continua com ritmos
bissemanais, feitos de preparações para as celebrações, celebrações da Palavra
e celebrações Eucarísticas no sábado noite.
Chega-se, assim, ao primeiro Escrutínio, geralmente
depois de dois anos, mas muito independente da receptividade dos membros da
comunidade ao que ensinam os catequistas. É a primeira experiência forte, pois
é uma fase na qual o adepto começa a se despir na própria intimidade: de fato,
nesta “passagem” há uma forte chamada a “provar a si mesmo nos bens", isto
é, romper com as coisas que você é mais ligado, como, por exemplo, o dinheiro:
se é “convidado”, de fato, pelos catequistas, a doar algo de pessoal, algo a
que se esteja especialmente apegados (não necessariamente dinheiro, mas também
objetos preciosos ou outro) a alguém que não saberá nunca de quem veio a
doação.
Mas há um momento, neste rito, que por vezes toma
formas dramáticas para quem o vive: é quando cada “irmão” deve dizer qual é a
sua cruz diante de toda a comunidade e aos catequistas; é um momento de fortes
emoções porque tem o efeito catártico e libertador de tornar públicos cruzes
que muitas vezes se confessam entre as lágrimas e com grande resistência
interior. Muitos, nesta ocasião, mentem porque se envergonham: é o primeiro
passo forte do Caminho e muitos são os abandonos. Mas os catequistas
tranquilizam aqueles que permanecem: "nem todo mundo foi chamado para ser
sal e luz, o Senhor te chamou”.
Cria-se, assim, um Eu aparentemente mais forte, uma
identidade de salvo um pouco especial, de chamado a uma missão na Igreja que
não foi dada a todos: começa a ser inserida, sutilmente, uma camisa de força
que liga sempre mais, especialmente as pessoas com um Eu fraco e pouco
estruturado que, depois de alguns anos, não conseguirão encontrar nada fora do
Caminho e ninguém fora dos “irmãos” de comunidade.
Depois de um ano a partir do Primeiro Escrutínio,
geralmente, se afronta o “Shemá” (Escuta Israel), no qual se reitera a
necessidade do sinal, ou seja, do privar-se nos bens.
Mas a verdadeira virada acontece no Segundo
Escrutínio, quando o adepto neocatecumeno terá que tomar decisões sérias e
pesadas para a própria vida, porque é chamado a ser sal e luz; se reforça
sempre mais a convicção de que somente no Caminho existe salvação, enquanto que
fora dele se está fora da Igreja. Muitas vezes os catequistas repetem àqueles
que são tentados a abandonar o Caminho “fora do Caminho estarás na morte porque
esta é a estrada que o Senhor escolheu para ti”.
Conceitos semelhantes são repetidos em outras
ocasiões e por outras razões; na página 20 das "Diretrizes para equipes de
catequistas para o segundo escrutínio batismal” (um dos "textos
sagrados" do Caminho Neocatecumenal ) Kiko Arguello diz: "Eu vi um
padre que travou uma guerra conosco durante toda a vida e que nos odiava. Foi
suficiente um momento, um ataque cardíaco um pouco forte em uma noite para que
este homem retomasse a sua vida seriamente, e mudasse completamente”. Portanto,
para o Senhor Arguello, aquele pároco teve um providencial ataque cardíaco para
aceitar o Caminho!
De exemplos assim, entre os irmãos de comunidade,
contam-se vários, especialmente os catequistas, que induzem, dessa forma,
sempre mais as pessoas que devem ver este Caminho como o único, ou, pelo menos,
o melhor que a Igreja pode oferecer.
Característica deste segundo escrutínio é a
renúncia aos assim chamados “ídolos” e, uma vez que a comunidade tenha superado
esta fase, há o pedido da décima dos próprios lucros, que seve ser colocada,
como sempre se faz nas coletas entre os N.C., em um saco que, por desprezo, é
definido como lixo (como símbolo negativo do dinheiro).
O Caminho continua com "a iniciação à
oração", na qual o adepto, depois de oportunas catequeses, descobre ou
redescobre a beleza da oração e começa a orar com a liturgia das horas; os
casais que “caminham” juntos o fazem estruturando sempre mais a adesão à
comunidade com os filhos, os quais podem ser considerados como
"ídolos", como ensinado pelos catequistas, podem ser deixados em casa
à noite, cuidados por uma baby sitter ou avós ou outros, se os pais, em um
gesto de misericórdia, os salvam da verbosidade das celebrações!
Outras passagem são a Redditio, na qual se entrega
o Credo, e a Traditio, concluída a qual o N.C., diante de toda a assembleia
narra toda a sua vida, muitas vezes com os particulares mais inoportunos, para
dizer o quanto o Caminho mudou a sua vida, e em seguida recita o Credo.
O Caminho termina com a "eleição", onde
se descobre ou redescobre o batismo.
A brevidade do espaço obrigou-me a resumir de modo
muito cheio de lacunas o desdobramento do Caminho, mas gostaria de oferecer
algumas considerações.
Ao longo do Caminho há um controle sutil e
imperceptível do que o indivíduo faz ao frequentar a comunidade; no começo, de
fato, se requer um compromisso relativamente breve: deve-se participar das duas
celebrações semanais e nas respectivas preparações, quando necessário.
A pessoa adquire assim, lentamente, uma linguagem,
uma maneira de fazer, sempre mais em sintonia com o espírito do Caminho; toda a
sua vida muda em função do Caminho, que é a única coisa que satisfaz.
As informações são mantidas em segredo; os textos
que usam os catequistas não são publicados; também a um pároco foi negado que
tive os textos de referência, depois lhe foi dito: “Mas também tu deves
converter-te, não chegastes ainda a esta etapa do caminho”!
Através do compromisso com o Caminho, que como
reafirmam os catequistas “é tempo dado a Deus”, a pessoa é ajudada a não
pensar, quando manifesta as suas dúvidas e perplexidades a algum “irmão”, ou
ainda mais aos catequistas, se diz que é Satanás que o quer distanciar de Deus;
a maioria das vezes, quando se tem tentações deste tipo se convida a conversar
com os catequistas.
Estes tornam-se, pouco a pouco, os patrões da vida.
Os pecados do passado são usados para condicionar, ou pior, denegrir a pessoa.
Depois de tantos anos tem-se uma profunda convicção: os catequistas não erram
nunca!
Mas um dos elementos mais graves é o controle das
emoções da pessoa, por meio do sentido de culpa e do medo. Na primeira
catequese, falando da pia batismal na qual se deve descer para olhar face a
face os nossos pecados, como ensinam os catequistas, um deles diz: “deves
descer ao esgoto para depois ressurgir com Cristo”, e um outro catequista
disse: “a comunidade começa a crescer quando vocês brigam e começam a aparecer
as podridões que tendes dentro”. Tudo isso é muito diferente daquela metanoia
(conversão) que ensina a Igreja, que nos recorda, antes de mais nada, que fomos
salvos pelo amor de Deus e nos faz sentir a alegria da Sua misericórdia também
em meio às nossas misérias.
Mas a culpa, que é bem diferente do reconhecer-se
humildemente pecadores, é um dos meios mais importantes para controlar as
emoções e os sentimentos das pessoas. A humildade mal interpretada pode levar à
renúncia de si mesmos como elemento alienante, construindo assim personalidades
que tendem a um ideal tão alto que se sentem culpadas se não o conseguem
alcançar.
Aos membros das comunidades se diz que fazem parte
de uma elite privilegiada na Igreja, destinados a levar a salvação no próprio
ambiente de trabalho, em família ou até mesmo em terras de missão, como no caso
dos "catequistas itinerantes" .
Como já escrito, muitas vezes se
escuta dos catequistas frases do tipo: "O Senhor escolheu e convidou vocês
e não outros”; frases semelhantes levam a acreditar que se tem uma “eleição
especial” gratificando inconscientemente o próprio Eu frustrado.
Outra característica do N.C. é o zelo com que se
faz o que dizem os catequistas, e especialmente o fundador do Caminho: de fato,
nas comunidades as celebrações acontecem não na Igreja, mas em uma sala, o
altar deve ser uma mesa, a patena, o cálice, a cruz, o púlpito deve estar
rigorosamente assinado “Kiko”! Tudo isso tem muito de maníaco! Em uma paróquia
não Neocatecumenal a noiva pretendeu que tudo fosse celebrado no estilo
"inspirado" por Kiko, com cruz, altar, cálice, patena, músicas etc.
Quem durante anos viciou nesse estilo seu próprio
relacionamento com Deus, dificilmente consegue depois separar-se e viver a
própria fé sempre na Igreja, mas de forma diferente! Cria-se uma dependência
psicológica que leva as pessoas a controlar-se reciprocamente e a demonizar
todos aqueles, também bispos e presbíteros, que não compartilha o caminho. Um
catequista disse “Está bem que tenhamos bispos e sacerdotes contrários, porque
isso reforça o nosso caminho, é o sinal de que estamos no caminho certo”.
Muitos Neocatecúmenos parecem ter perdido aquelas
capacidades lógico-críticas que transformam o verdadeiro cristão em alguém que,
como diz a escritura, dá razão da sua fé! É verdade que muitos criticam o
Caminho, mas depois não têm a coragem de deixa-lo porque o identificam com a
Igreja; talvez não sabem, ou não querem saber, que a Igreja é um espaço bem
mais amplo e livre do que aquele que propõe Kiko e os seus catequistas! Cria-se
dentro das comunidades um efeito de euforia e autogratificante que alcança o
seu clímax na noite de Páscoa que é celebrada por toda a noite, e na qual se
administram os batismos das crianças que, crescendo, são submetidas, ao longo
do tempo, a este tipo de formação religiosa muito questionável.
Sobre as crianças escrevíamos antes que os
neocatecúmenos são geralmente muito prolíficos, porque seriam abertos à vida,
mas já que os filhos não devem ser ídolos são deixados também até tarde da
noite aos cuidados de avós e babás, porque Deus vem antes de tudo, e Deus se
identifica com o Caminho. Quando no segundo escrutínio pede-se de jogar fora o
ídolo da nossa vida, não sei se algum neocatecúmeno já tenha se dado conta de
que o ídolo poderia ser o mesmo Caminho!
Muitas pessoas esquecem que o caminho deve ser um
meio para chegar a Deus, e não o fim.
Querendo concluir estas reflexões, necessariamente
sintéticas, sobre o Caminho, gostaria de resumir que:
1. A autoridade de Kiko e dos seus catequistas é
dominante; uma frase que um catequista fala a um pároco é significativa:
“também os sacerdotes devem entrar no caminho para converter-se”;
2. Os adeptos acreditam que são os escolhidos a se
tornarem sal e luz para a Igreja e para o mundo;
3. Aos membros do Caminho é prometido uma salvação
que vem do aceitar o Caminho como meio, se não único, pelo menos, privilegiado
da própria vida. Uma frase muitas vezes repetidas pelos catequistas é: “Se
fizerdes esse caminho tereis o espírito de Jesus Cristo, sentiremos que foi
verdadeiro na nossa vida”;
4. A comunidade exerce uma forte pressão sobre os
membros que estão sujeitos a uma disciplina rigorosa em quanto o caminho, como
dizem os catequistas, “te leva a fazer uma escolha radical na tua vida”;
5. Leva a uma atitude de isolamento daqueles que
não compartilham esta escolha, mesmo cristãos que fazem parte da Igreja,
militando em outros movimentos católicos, ou também os tantos desprezados
católicos da missa dominical, entre os quais vi pessoalmente tantas pessoas
mais ricas de misericórdia do que muitos neocatecúmenos!;
6. Os seguidores do Kiko apontam para a atividade
missionária também com famílias numerosas;
7. Depois do segundo escrutínio devem pagar a
décima parte dos seus lucros mensalmente, mas existem coletas também para
outros objetivos! Não nos parece haver um equilíbrio em tudo isso, os
catequistas justificam isso com o ensinamento evangélico “Não saiba a tua
direita o que faz a esquerda”. Mas, então, me pergunto, porque, então a Igreja
exige justamente que em cada paróquia haja um conselho para assuntos econômicos
que tornam transparentes as entradas e saídas, e assim também de todos os
organismos eclesiais?;
8. O C.N. assume, muitas vezes, sem perceber, uma
linguagem, um jargão particular que o diferencia;
9. Os neocatecúmenos, geralmente, reagem de forma
especialmente violenta quando se critica o Caminho, procuram fugir do assunto
ou, especialmente no caso dos catequistas, assumem uma linguagem dialética,
sinal do melhor sofista. Fiquei impressionado quando uma pessoa do caminho,
diante de um homem que dizia não acreditar, levou com calma o seu testemunho de
vida, mesmo quando ele criticava vulgarmente o papa e os bispos, mas começou a
enfurecer-se no momento em que o homem criticou o Caminho. Diferente é amar o
inimigo na dimensão da cruz!;
10. Os neocatecumenos se sentem muitas vezes
perseguidos, e demonizam, como escrito antes, aqueles que o fazem, também
aqueles que deveriam considerar irmãos em Cristo. Demonizar quem não pensa como
eles é típico das seitas que têm necessidade de criar-se um inimigo externo,
sobre o qual derramar suas próprias ansiedades e medos.
Crescer na fé é crescer no amor,
não fazer, nem que seja durante anos, muitas coisas, preparar e celebrar, fazer
passagens ou outras coisas. O engano que há em muitos N. C. é acreditar que
“fazendo coisas” por anos a pessoa consiga se converter, mas deveria ser um
aviso o que um documento da Santa Sé publicou em 1986 pela Secretaria para a
união dos cristãos com o título: “O fenômeno das seitas ou novos movimentos
religiosos: Desafio pastoral”, na página 3 “Um espírito assim (se está falando
da intolerância das seitas) pode ser encontrado nos grupos de fieis
pertencentes a igrejas ou a comunidades eclesiais”.
Neste ponto, surgem algumas
questões que não foram respondidas. Por que os textos do Kiko são estritamente
secretos? Por que os neocatecúmenos não publicam as suas receitas? Eles nunca
pensaram que as críticas dirigidas a eles, sejam doutrinais que metodológicas,
poderiam ser ditas por amor à verdade e não por diabos perseguidores que os
odeiam? Alguma vez já pensaram, dada a familiaridade que têm com a Palavra,
naquele versículo de Oséias que diz: Misercórdia quero e não sacrifícios?
(Oséias 6, 6).
(Tradução ao português do autor do blog Católico Livre)
Fonte do texto original: http://mirabilissimo100.wordpress.com/2009/03/07/il-condizionamento-picologico-nei-neocatecumenali/
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